Uma coleção pra chamar de minha

Não me conheço por gente sem cachorro por perto – herança da minha mãe, que sempre foi uma apaixonada por cachorros e nos criou a vida toda com algum deles na volta. Mas meu, meu mesmo foram três: o Snoopy (também conhecido como Gordo), a Patricia e o Bento. Neste post eu vou falar só sobre o Gordo.

SACANAGEM

Falo pouco de ti, né, Bento?
O Gordo era um cocker spaniel todo preto e foi meu primeiro cachorro. Eu tinha 12 anos quando a mãe delegou o Gordo aos meus cuidados. Minhas colegas de colégio e depois de faculdade e depois de Zero Hora (visto que o Gordo viveu 13 anos) diziam que eu morreria no dia em que o Gordo morresse tamanho era o nosso grude. Quando eu saía para o colégio, de manhã bem cedo, ele pulava para a cama, deitava a cabeça no meu travesseiro e eu tapava ele com as cobertas até o pescoço. Ai de quem entrasse no meu quarto. Ele ficava dormindo na minha cama até eu voltar. E voava como um leão em que se atrevesse a incomodar.

NUNCA TIVE ESSA REGALIA

Tu só gosta da tua cama, Bento. E tu sabe muito bem disso.
Continuando (se o Bento deixar): quando o Gordo ficou mais velhinho, ele perdeu a visão. Um belo dia, o portão da garagem se abriu, e o Gordo saiu. Quando cheguei em casa, não achava o Gordo. Foi uma das piores sensações que já senti em toda a vida – e lembro como se fosse hoje. Eu, que já cremei dois cachorros, posso dizer que muito pior do que a morte é a onipotência de saber que eles estão vivos em algum lugar precisando de nós e não sabemos como achá-los. Coloquei cartazes por todo o bairro, gastei todo meu salário daquele mês e dos meses seguintes em anúncios no jornal.

EU NÃO PARAVA DE CHORAR

Meus colegas de jornal ficaram compadecidos com meu estado. Eu era uma morta viva. Não conseguia fazer nada. Era uma inutilidade jornalística. O Tulio Milman, meu colega hoje e também naquela época, apresentava um programa na TVCOM e teve o carinho de falar no ar que uma colega estava desesperada pelo seu cachorro perdido. Deu o telefone da emissora como contato. Eu estava deitada em casa, na cama, era algo em torno das 11h e tanto da noite quando o telefone tocou.
– Mariana, Mariana!!! Acharam o Gordo! – veio correndo a mãe até o meu quarto.

E O MILAGRE ACONTECEU

O Gordo, cego, tinha se perdido, óbvio. Vagando na rua, foi encontrado por uma senhora que, sem saber o que fazer, levou ele até uma clínica veterinária. O dono da clínica assistia a TVCOM e viu o apelo do Tulio. Logo ligou os acontecimentos e telefonou para a emissora. Fomos eu, pai e mãe buscar o Gordo. Contei essa história toda porque lembrei muito do Gordo ao ler que a marca inglesa The Rodnik Band fez uma parceria com o escritório britânico do Peanuts e ambos criaram uma coleção-cápsula batizada de Rodnik x Peanuts.

Vejam se não é de lembrar do meu Snoopy?

AMOR DE CAMISETA!

AMOR DE VESTIDO!

AMOR DE CAMISETA-VESTIDO!

O MEU SNOOPY NÃO GOSTAVA DE MELANCIA!

MESMA ESTAMPA DO DESENHO NO VESTIDO!

O MEU SNOOPY ADORAVA COXINHA DE GALINHA!

SNOOPY GEOMÉTRICO!

GOSTOU GORDO?

E A MINHA COLEÇÃO QUANDO VEM?

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Mari Kalil

Mari Kalil

Sou escritora, jornalista, colunista da Band TV e Band News FM e autora dos livros "Peregrina de araque", "Vida peregrina" e "Tudo tem uma primeira vez". Sou gaúcha, nasci em Porto Alegre, vivo em Porto Alegre, mas com os olhos voltados para o mundo. Já morei em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Barcelona. Já fui repórter, editora, colunista. Trabalhei nos jornais Zero Hora, O Estado de S.Paulo e Jornal do Brasil; nas revistas Época e IstoÉ e fui correspondente da BBC na Espanha, onde cursei pós-graduação em roteiro, edição e direção de cinema na Escuela Superior de Imagen y Diseño de Barcelona. O blog Mari Kalil Por Aí é direcionado a todas as mulheres que, como eu, querem descomplicar a vida e ficar por dentro de tudo aquilo que possa trazer bem-estar, felicidade e paz interior. É para se divertir, para entender de moda, de beleza, para conhecer lugares, deliciar-se com boa gastronomia, mas, acima de tudo, para valorizar as pequenas grandes coisas que estão disponíveis ao redor: as coisas simples e boas.

Sem comentários ainda.
  1. Mari,
    Já pensou que estas podem ser consideradas as Roupas do Bom Humor?
    Para usar toda segunda-feira e espantar tudo que não for bom.
    Eu adorei.
    E, como você, nunca deixei de ter um cãopanheiro ao meu lado. Atualmente tenho a Donatella que adotei das ruas e que é a razão para eu voltar correndo pra casa :)

  2. Cara Mariana,

    Cusco é tudo de bom né? Também tenho a minha Jade, a SRD mais fofolete que já conheci.
    Também já sofri a perda de três nobres caninos amados de quem sinto saudades e com quem pude dividir intensos momentos de genuína felicidade: O Thor, a Mayá e a Ianca, hoje no céu dos pets.
    Mas aqui estou pra dizer que terminei a leitura do Peregrina de Araque que foi uma delícia!
    Teu livro é como cookie feito em casa (aqueles da receita do Gastrô da ZH de umas semanas atrás), divertido, doce, leve, suave e consistente e saboroso. Tudo de bom!
    Uma leitura ímpar, remedinho eficaz contra o estresse.
    Por gentileza, escreva mais!
    Quero ler ainda muitos livros seus!
    Abraço!

  3. Eba! Que legal, Andrea! Fico muito feliz mesmo!! Estou aqui, arrancando os cabelos pra terminar o próximo até o domingo 7, meu prazo final! Bjo. MK

  4. Linda coleção de roupas do bom humor.
    Cachorro é tudo de bom, mas dá uma dó quando passam por qualquer problema…
    E perda então, nem se fala…

  5. oi!! mariana!!!
    como não consegui teu livro aqui na minha cidade em sc pedi para minha mae comoprar para min ai no rs ,estou esperando eu ter ferias para poder “ganhar” o livro .rsrsr ja vou aproveitar que estarei no meio do mato sem internet para poder ler ele .
    quanto aos caninos sou apaixonada por bicho ,sempre tive desde pequena gato, cachorro,vaca,tartaruga,passarinho ,ja perdi varios ,mas agora ganhei o neguinho do marido fazem 2 anos, é meu bebê ,o amor que eles nos dão não tem preço.

  6. ai Mari, contar essa história justo hj q tá passando o flme Sempre ao seu Lado é covardia pras choronas como eu…amo animais,já tive vários mas hj não tenho mais nenhum meu…porém cuido dos q aparecem na rua da minha casa, e não entendo como podem existir pessoas que não gostam ou maltratam os animais…adoro esse seu fofo do Bento, ele é muito lindo…parabéns por esse blog que comecei a ler a pouco tempo, mas virou rotina, todo dia tenho que passar por aqui…bjs pra vc e pro ento…

  7. De chorar mesmo! Também perdi o meu Kevin (que viveu 13 anos – quase metade da minha vida) no ano passado, depois de meses de quimioterapia e muitos cuidados. A saudade é grande. Mas tenho mais três fofuras lá em casa para tornar meus dias mais alegres: Fofucho (13), Beethoven (7) e William (adotado com mais ou menos 3 anos).

    Sugestão: Conte sobre a Patricia e sobre como tu conheceu o Bento. E parabéns pelo blog! Bj

  8. Conto sobre a Patricia, sim, Jana. Minha boxer adorada. Sobre o Bento, ele não merece. Brincadeira. O encontro com o Bento faz parte do livro que estou escrevendo. Portanto… tu vai ter que esperar e ir ao lançamento para a gente se conhecer! Bjo. MK

  9. Mari! eu vivi uma situação muito parecida com essa tua. Meu York foi roubado e ficou longe de nós por 6 meses. Imagina o sofrimento que todos passamos durante esse período. Felizmente esse sofrimento acabou quando uma amiga descobriu onde estava o nosso cãozinho e “roubamos” ele de volta.
    Já li a Peregrina e ADOREI! Gostaria de reivindicar uma sessão de autógrafos aqui em Blumenau. O que achas? Beijos meus e lambidas do Titan, que se considera amigão do Bento.

  10. Nossa, seis meses… Mas teve fial feliz também, né Fernanda!? Que bom! O Por Aí é publicado no Jornal de Santa Catarina aí de Blumenau, não? Vou falar já com a editora pra acertar uma sessão aí. Mas chama todo mundo. Tá contigo!! Haha! Bjo. MK

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