Uma companhia inusitada

Nunca tinha pensado nisso. Nunca tinha pensado que molho putanesca, que amo tanto, poderia servir de molho para algum outro tipo de prato que não o spaghetti. Graças ao louvado Deus, sou uma pessoa que tem boas relações. Como boas relações, entenda-se afinidade com o blog do meu querido colega Mikel López Iturriaga, jornalista espanhol do El País.

mikel-iturriaga-300x199HOLA, MIKEL!

Mikel escreve o blog El Comidista e tornou-se referência gastronômica em toda a Espanha. Eu adoro o que ele escreve porque são dicas e receitas para gente como a gente. Além disso, Mikel escreve bem e é bem humorado, o que faz total diferença nos dias de hoje. Ontem à noite, fui dar uma olhada no que ele andava falando e topei com essa história do molho putanesca.

espaguete-a-putanesca-300x163Faça uma pesquisa no Google e comprove que ele só aparece acompanhado de massas

Na concepção do gênio Mikel, molho putanesca pode, sim, acompanhar outros pratos, como o nobre, o maravilhoso, o não tem para ninguém…. atum!

IMG_5594MEU PEIXE PREFERIDO

nham nhamNHAM NHAM

“Poucos molhos no mundo contêm tantos ingredientes que eu gosto como o putanesca”, diz Mikel, ao que assino embaixo. Trata-se de uma mistura de tomate, azeitonas, pimenta malagueta, alcaparras, anchova, alho (alho traz felicidade) e salsa. Mikel diz que ama tanto o putanesca que não se conforma com o fato de ele só aparecer na companhia de spaghettis. “Pode acompanhar tranquilamente carnes e peixes”, afirma Mikel. E é aí que entra o atum.

IMG_5594OI, BONITÃO!

Mikel diz que na sua versão de putanesca, permite-se usar aquelas azeitonas verdes maiores, sem caroço e um pouco mais picantes no lugar das típicas azeitonas pretas dos tradicionais molhos alla putanesca. Todo o restante da receita, ele segue mais ou menos como manda a cartilha. Assim como Mikel, eu gosto do atum bem seladinho por fora e cru por dentro. Portanto, para que fique assim, é importantíssimo que a frigideira esteja pelando na hora de dourar o peixe. Tudo para que ele não fique mais do que um minuto selando (cerca de 30 segundos de cada lado) e mantenha o interior vermelhinho.

IMG_5588 cropMAIS OU MENOS ASSIM, Ó!

Lendo as orientações de Mikel para chegar ao prato perfeito, achei tudo muito simples. Me acompanhem por favor.

Vamos precisar de:
* filé de atum (para quantas pessoas forem comer)
* 1 pimenta malagueta
* 1 dente de alho
* 4 filetezinhos de anchova (em conserva mesmo)
* 500 g de tomates pelados em conserva
* 75 g das tais azeitonas verdes picantes e sem caroço
* 50 g de alcaparras
* 1/2 colher de orégano
* 2 colheres de salda picadinha
* Azeite de oliva extra virgem
* Sal e pimenta preta moída

professoraAGORA, A DINÂMICA DA COISA É A SEGUINTE

1) Picamos a pimenta malagueta, as azeitonas e o tomate.
2) Colocamos a frigideira para aquecer e, quando ela estiver pelando, fazemos aquele procedimento com o atum. Terminado o procedimento, tiramos o atum da frigideira, jogamos um punhado de sal e deixamos ele quietinho num canto.
3) Baixamos o fogo e colocamos mais azeite na frigideira. Então, jogamos o alho dentro até dourar. Em seguida, colocamos as anchovas até que elas comecem a se dissolver. Fazemos isso mexendo e mexendo o alho e as anchovas com uma colher de madeira.
4) Hora de acrescentar o tomate, a pimenta malagueta, as azeitonas e o orégano e deixar tudo cozinhar por cerca de 15 minutos ou até que o molho tenha perdido a maior parte do líquido.
5) Bebericar um vinhozinho e ir colocando a mesa.
6) Passados os tais minutos ou estando o molho sem muito líquido, retiramos tudo do fogo e colocamos na mesma frigideira o atum, que estava quieto no seu canto, e a salsinha. Tapamos a frigideira, deixamos repousar por uns 3 minutinhos e servimos.

bento clássicaMOSTRA LOGO O RESULTADO

O resultado é de ajoelhar e chorar no cantinho.

Olha!

atum putanescaOOOOOOHHHHHHH!!!

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Mari Kalil

Mari Kalil

Sou escritora, jornalista, colunista da Band TV e Band News FM e autora dos livros "Peregrina de araque", "Vida peregrina" e "Tudo tem uma primeira vez". Sou gaúcha, nasci em Porto Alegre, vivo em Porto Alegre, mas com os olhos voltados para o mundo. Já morei em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Barcelona. Já fui repórter, editora, colunista. Trabalhei nos jornais Zero Hora, O Estado de S.Paulo e Jornal do Brasil; nas revistas Época e IstoÉ e fui correspondente da BBC na Espanha, onde cursei pós-graduação em roteiro, edição e direção de cinema na Escuela Superior de Imagen y Diseño de Barcelona. O blog Mari Kalil Por Aí é direcionado a todas as mulheres que, como eu, querem descomplicar a vida e ficar por dentro de tudo aquilo que possa trazer bem-estar, felicidade e paz interior. É para se divertir, para entender de moda, de beleza, para conhecer lugares, deliciar-se com boa gastronomia, mas, acima de tudo, para valorizar as pequenas grandes coisas que estão disponíveis ao redor: as coisas simples e boas.

4 Comentários
  1. Oi Mari!!!
    Acabei de ler o Norwegian Wood, do Haruki Murakami. Achei um livro ótimo de ler mas achei muito deprimente. Os outros livros dele são assim?

  2. Sério, achou deprimente, Nina? Faz tempo que eu li, mas acho que eu era mais depressiva naquela época. Haha! Não achei deprimente o Kafka à Beira Mar. Bjo. MK

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