Estava mexendo nas páginas de revistas e jornais que eu arranco pra ler depois – torcendo para que esse depois chegue rápido – e encontrei uma matéria com o sociólogo italiano Domenico Di Masi. Di Masi participou de um fórum aqui no Brasil em que falava sobre a relação entre criatividade e trabalho. Perguntaram a ele quem estaria apto a sobreviver no mundo competitivo da sociedade pós-industrial, e ele respondeu: “Os criativos e com capacidade de entender o papel da motivação no mundo do trabalho”.
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Pra quem não sabe, Di Masi é defensor do ócio criativo. Por essas e por outras que eu amo tanto o Di Masi. Acredito muito no ócio criativo, acredito muito que as melhores ideias aparecem quando estou passeando com meu cachorro, deitada na rede, mexendo nas plantas, comendo um stroopwafel e longe, beeeeeem longe do computador. Entrando um pouco mais na minha área, o jornalismo, eu acho que jornalista deveria vir à redação quando precisa vir à redação. Quando não precisa, deveria estar com os olhos, os ouvidos e as pernas por aí (e quando falo por aí não é pela internet).
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Diz Di Masi: “As grandes empresas, em geral, dão pouco espaço às novas ideias. São burocráticas e repetitivas. Uma pessoa que trabalha 12 horas por dia não tem espaço para ser criativa”. Ei, garçom, por favor, traga champanhe! Um brinde a Di Masi!
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Di Masi apresentou a síntese de uma pesquisa sobre como será o mundo em 2020. Entre outras coisas, o que mais me interessou ainda foi este tema da criatividade (tenho muito medo de não ser criativa todos os dias da minha vida!). Segundo ele, os profissionais criativos em 2020 trabalharão sem horário nem sede, impulsionados pela sua motivação. O grande dilema será o que fazer com o tempo livre (eu não tenho esse dilema…), por isso a sugestão para que se ampliem os investimentos dos governos em cultura e lazer.
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Quantos anos eu vou ter mesmo em 2020? Humm… 48! Então, aos 48 vou trabalhar sem horário nem sede. Bem que me disseram que os 40 são ainda melhores do que os 30!