Quando eu era criança e depois adolescente (e acho que já devo ter contado isso aqui em algum momento, mas o certo é que contei no meu querido Vida Peregrina), sofria de gastrite pós-provas. Sobretudo provas de Física e Matemática. Era uma dor horrível, dilacerante, que começava com uma queimação na boca do estômago, irradiava por todo o abdômen e me fazia ficar em posição fetal em cima de uma cama. Então, essa dor ia desaparecendo, desaparecendo (com muita medicação, claro!) e eu acabava entregue a um sono profundo e reparador.
Consultei vários gastros – e o diagnóstico sempre foi o de que nunca tive nada de errado. Era única e simplesmente uma gastrite nervosa. Se já odiava Física e Matemática pela sua natureza numérica e de fórmulas abomináveis, o fato dessas duas disciplinas me fazerem adoecer contribuiu muito para que eu pegasse verdadeiro asco de tudo que remetesse ao universo dos logaritmos, côncavos e convexos.
NÃO POSSO NEM LEMBRAR DE UMA COLHER ME ENCARANDO
No segundo ano do segundo grau (ainda não consegui aprender qual é o equivalente hoje), tive a capacidade de passar o ano inteiro tirando entre zero e um nas provas de Física do Colégio Farroupilha – o que me levou à dependência em fevereiro. Durante aquelas que seriam minhas adoradas e tão sonhadas férias de verão, me vi encerrada na biblioteca da casa do meu avô com um professor particular apontando essa maldita colher na minha direção e me explicando a diferença de côncavo e convexo e suas respectivas fórmulas.
A história terminou bem. Precisava de nota 9 na prova e gabaritei. Talvez venha daí a minha superação pessoal em relação à colher, o que me garante o prazer de passar o inverno jantando sopas dos mais variados sabores sem nenhuma espécie de trauma.
BENTO PASSA O INVERNO SEM GANHAR NADA DA MESA
Também passo o inverno bebendo vinho tinto e o quão feliz fiquei quando ouvi os esclarecimentos de um nutrólogo André Veinert. Diz ele que o vinho tinto não é nenhum vilão de dieta. Nem o vinho nem a cerveja – e que sempre fica aquela dúvida de que a cerveja dá barriga e engorda mais do que o vinho.
Dr.Veinert diz que esta afirmação é mito. “Uma lata de cerveja e uma taça de vinho têm calorias semelhantes. A diferença é que ninguém consome apenas uma lata de cerveja”, esclarece. “Não é tomando um cálice de vinho, uma lata de cerveja ou uma dose de cachaça ou uísque que a pessoa acabará engordando”, diz ele.
O QUE FAZ A PESSOA ENGORDAR, ENTÃO, MARIANA?
Segundo o doutor Veinert, o que pode contribuir para o aumento de peso é o que se consome junto. Em um churrasco, por exemplo, tem muita carne, muito sódio, muito pão.
POR ISSO QUE EU COMPENSO COM SOPA