Querida Mariana,
Sei que esses finais de ano mexem um pouco com você. Talvez a junção de mudança de idade, sentimento natalino e novo ano que se aproxima revirem seus sentimentos e emoções de uma forma meio turbilhonática – sim, esta palavra eu inventei para tentar decifrar o que acontece dentro do seu peito. Saiba que faz parte. Consciência e reflexão levam ao crescimento, e o importante é mirar sempre adiante e andar sempre em frente.
Tenho te percebido um pouco mais silenciosa nesses últimos dias do ano. Pensando demais na vida? Analisando o passado e projetando o futuro? Sentindo algumas dores e outros alentos? Faz parte também, apesar de não ser fácil. Infeliz daquele que passa por aqui sem se questionar, sem sofrer, sem lamentar – sem coragem, clareza e lucidez para compreender que portas estreitas sempre levam a grandes salões.
Foi um lindo ano, tenha certeza disso – e não olhe apenas para aquilo que não pôde ser feito. Você não conseguiu começar as aulas de violão, as aulas de canto. Não conseguiu perder aqueles dois quilos a mais que todo ano se propõe a perder. Tampouco encontrou alguma escola de jardinagem para aprender a cuidar melhor da própria horta. Mas você descobriu uma professora de yoga que buscava havia 10 anos, desde seu retorno a Porto Alegre. Você voltou a entrar em contato consigo mesma praticando todos os dias. Você evoluiu na meditação, e esta meditação levou a você a ganhar ainda mais foco em seus propósitos nesta jornada. Levou você a um caminhar mais consciente. Com calma e com alma.
Você manteve sua independência profissional, a liberdade de fazer seus horários e suas escolhas. Você não teve nenhum problema de saúde, você não foi obrigada a despedir-se de nenhum dos seus afetos.
Portanto, minha melhor amiga, relaxe. Respire. Olhe mais para o horizonte e menos para onde pisa. Agradeça, comemore. Livre-se de qualquer culpa, a real e a imaginária. Perdoe-se. Um ano se foi; outro está por vir – e será sempre assim até que se chegue ao fim. Com algumas curvas, incertezas, pisadas de freio ao longo do percurso, isto é certo. Mas sempre com a consciência e o silêncio de quem busca dia a dia crescer naquilo que tem de melhor. Passinho por passinho. Sem pânico nem correria, mas evoluindo, dia após dia.
Afinal de contas, nada mais neste mundo é necessário. Quando começarmos a virar pó, logo depois que a última molécula de oxigênio desembarcar do nosso corpo seguida por nossos espíritos de fogo e água, será a vez do nosso coração ser depositado na balança divina. Uma pluma será seu contrapeso. Portanto, querida Mariana, ame. Ame a ti e ao próximo. Seja leve, viva leve. Afinal, nada além de um coração leve é o que se leva na hora de partir.
Um beijo com o carinho de quem te ama e estará sempre aqui,
Mariana
Muito tocante! Tuas palavras inspiram para cada um pensar na sua própria carta a si mesmo. Que continues nessa tua caminhada em sintonia com teus valores! Cristina Thudium
Lindo texto! É isso mesmo, nao se leva nada! Mesmo sendo dificil principalmente nesses novos tempos terríveis, temos q tentar viver da maneira mais leve possível! Bj querida e ótimo domingo!
Amei…sem palavras pra descrever esse texto!!!
Mari querida!
Compartilho contigo um ano repleto de questionamentos, de mudanças internas, de sofrimento pelo desejo de mudanças reais, pela culpa que erroneamente se carrega e que não desejo mais. Foi um ano de crescimento, descobertas e permissões para realizar meu desejo mais profundo: ser eu mesma. Sei que estou crescendo muito, e tive muita sorte também … assim como você estou saudável e todos os meus entes queridos também estão.
Sair da zona de conforto requer coragem e disciplina, porque desistir no meio do caminho parece fácil mas é uma derrota.
Te desejo a serenidade para continuar nos inspirando, nos provocando com questionamentos ou afirmações que tocam a alma. Que sejas plenamente feliz! Que todos sejamos!
Um Grande abraço,
Melissa Pierdoná