Dizem que árabes são generosos e gostam de presentear. Meu avô Kalil Abdalah Kalil era assim (coitado se precisasse fazer alguma viagem internacional com este nome hoje em dia…). Eu herdei esse traço dele. Me considero uma pessoa generosa e gosto muito de presentear. Lembro de um texto que a Cláudia Laitano escreveu na interinidade da Martha Medeiros, na revista DONNA, com o qual me identifiquei muito.
Intitulado É só uma Lembrancinha, lá pelas tantas dizia o seguinte: “Para transformar uma mera troca de mercadorias em uma verdadeira troca de presentes, é preciso um pequeno exercício de subversão. Dizer não às compras apressadas, burocráticas, obrigatórias, cansativas. Mas se for impossível escapar delas, que cada presente chegue ao destinatário acompanhado de um gesto ou palavra surpreendente, pessoal, intransferível. Talvez nossas tias não estivessem apenas nos enrolando quando diziam, envergonhadas, com um pacotinho vermelho da Sloper na mão: “É só uma lembrancinha, viu?”. Porque, no fim das contas, o presente perfeito, o que vale a pena dar e ganhar, é aquele que se transforma em lembrança assim que a gente o abre.
O lindo texto na íntegra da Cláudia pode ser lido AQUI
Gosto de observar quem eu amo a fim de, na hora de presentear, conseguir chegar ao coração com a minha lembrança, independentemente do valor que ela tenha. Faço esta premissa porque no dia 29 de janeiro, Chico, meu respectivo marido, completa 49 anos e eu estava alguns dias pensando o que dar de presente para ele. Esta semana, estávamos na cozinha preparando o nosso peixe de forno e vi que ele dava uns resmungos próximo à pia. Estava fazendo algo que eu também odeio: enchendo forminhas de gelo.
Parei para olhar – e ele, sem ver que eu o observava, soltou um resmungo dizendo:
– Acho uma máquina de fazer gelo um baita presente!
“Taí”, pensei. “Vou comprar uma máquina de fazer gelo para ele”. Fiquei com essa ideia na cabeça, mas vamos e venhamos que não estava muito convencida de dar de presente uma insípida máquina de fazer gelo para o meu marido. Voltei a ficar bolada, pensando, matutando… Foi quando me ocorreu a ideia de dar de presente uma experiência, um conhecimento, cultura, gastronomia, passeio. “É isso!”, pensei. “Vou dar de presente para nós dois um lindo fim de tarde e um jantar no FASANO LAS PIEDRAS“.
Olha!
UMA DAS VISTAS QUE SE TEM DO HOTEL LÁ DO ALTO DO RESTAURANTE
O Fasano las Piedras está localizado nas imediações das praias de La Barra, La Península e José Ignácio e margeia o Arroyo Maldonado por mais de 3 km. São 480 hectares de uma paisagem incrível – e trata-se do primeiro empreendimento que reúne atributos de praia e campo de Punta del Este. O projeto arquitetônico é assinado pelo incensado Isay Weinfeld e foi lindamente executado pelo Estudio OBRA PRIMA, aqui de Punta, e pertencente a três sócias gaúchas (já agendei uma grande reportagem de capa para Donna com elas). Sua implantação, em total integração à paisagem, permite vistas espetaculares da topografia da região, através de amplos terraços privativos. O hotel oferece vinte bangalôs deluxe e 12 bangalôs –suítes do Hotel Fasano Las Piedras.
Olha!
A vista dos privativos bangalôs
O Las Piedras tem dois charmosos e sofisticados restaurantes: Las Piedras e Fasano – que contam com a tradição gastronômica do Grupo Fasano e com a supervisão de Rogério Fasano, que tem a responsabilidade de manter a personalidade da marca. Conta também com um Lounge Bar perfeito para assistir ao pôr-do-sol de Punta del Este, além, de um bar na piscina que serve lanches e bebidas o dia todo.
Olha!
Muito prazer, sou o Lounge Bar
Muito prazer, sou a piscina construída no meio das pedras e lá ao fundo é o meu bar
Muito prazer, sou o restaurante e estou localizado no alto do terreno, cravado no meio das pedras
E eu sou uma das partes internas do restaurante. Como podem ver, minhas paredes são pedras, pois estou construído em meio a elas!
Fiz a reserva para as 20h30min e lá fomos nós conhecer o hotel e viver um lindo jantar de aniversário adiantado. Optamos por bebericar um drinque antes de entrar para o restaurante e optamos pela varanda que tem a vista mais linda do hotel.
Olha!
Só pra não quebrar a tradição das selfies nessas férias, momento selfie (sem pau de selfie!!)
Nossos drinques pré-jantar: dois Spritz acompanhados de azeitonas com pimenta preta e mix de sementes
Mais uma das minhas adoradas BOLSAS PP e meu amado óculos Andrea Marques
Por fim, meu amor de botinha do Glauber Bassanesi, de Gramado, batizada de Parisiense e que me levou pelos caminhos desse roteiro de charme!
Bebericado o Spritz com muita calma, devoradas as azeitoninhas apimentadas e os frutos secos e sementes, resolvemos passar para o jantar. O restaurante ainda estava vazio, mas logo logo começaria a ficar quase lotado. Como chegamos cedo, tivemos o privilégio de escolher uma mesinha na varanda coberta, com a paisagem aos nossos pés.
Sentamos bem aqui nessa mesinha da esquerda!
Logo, o garçom apresentou-se e perguntou o que queríamos beber. Como estava uma noite bastante fresca, escolhemos um vinho tinto. Ele trouxe a carta, elegemos a bebida e ela veio junto com o croc croc croc couvert de pães sublimes.
A cestinha de pães quentinhos, croc croc croc e sublimes…
O vinho escolhido, da bodega Pulenta
Eu estava com vontade de comer algo com carne vermelha. O cardápio traz risotos, massas, peixes e carnes. Minha ideia fixa era carne vermelha. Fiquei tentada por um filé. Mas isso foi até minha leitura alcançar o carré de cordeiro com uma massinha ao molho de funghi que só de lembrar penso que preciso voltar para comer de novo. Uma delícia! Chico também teve desejo de comer cordeiro, mas, para evitarmos de pedir o mesmo prato, ele resolveu optar pela paleta com purê de papas.
Olha o meu carré inesquecível!
NHAM NHAM NHAM!
Pena que ficou um pouco escuro…
Olha a paleta com o purê de papas do Chico!
NHAM NHAM!!
Pena que ficou ainda mais escuro…
Chico me deu uma garfada da sua paleta e eu dei uma garfada do meu carré. Chegamos à conclusão que o meu prato era bastante superior. Terminamos calmamente de jantar, pulamos a sobremesa (raramente consigo comer sobremesa logo após a refeição) e optamos por terminar de beber o vinho na varanda. Como estava mais frio, pedi ao maître umas mantinhas. Então, sentamos na varanda, sob o céu estrelado, e ficamos ali, comemorando a felicidade de um aniversário adiantado. Então, lembramos do Bento e de como ele estaria feliz ali perto de nós. Chamei o garçom.
– O senhor sabe me dizer se vocês aceitam animais de pequeno porte aqui na parte externa? – perguntei.
– Vou me informar, mas acredito que sim – ele respondeu.
Voltou em poucos minutos.
– Aceitamos, sim – ele disse.
– Então, se viermos bebericar alguma coisa e ficarmos aqui fora podemos trazer nosso cachorro? – quis me certificar.
– Sem problema algum.
ELA PODIA TER PERGUNTADO ANTES DE ME DEIXAR TRANCAFIADO EM CASA