Gosto de observar o comportamento nas ruas porque sempre pode render boas histórias. Porém, ultimamente tenho notado uma boa e uma má história sobre o tema pedestres, motoristas e faixa de segurança. Não há como negar que demos alguns valiosos passos rumo à educação no trânsito no quesito respeito à faixa de segurança. Motoristas estão, sim, mais cidadãos no sentido de parar o carro e dar passagem a quem vem a pé. Esse exemplo de boa conduta é algo que acontece direto comigo quando estou passeando com Bento e Olivia.
OS CARROS PARAM PRA ME VER PASSAR
BENTO SE ACHA
Acontece comigo e vejo acontecendo com muitas outras pessoas. Claro que estamos anos luz de uma civilidade dinamarquesa, mas considero importante registrar e incentivar esses bons exemplos. Já não posso dizer o mesmo da educação dos pedestres.
TÁ FEIA A COISA…
É incrível a quantidade de gente que continua atravessando fora da faixa, que se atira no meio da rua entre um carro e outro – e isso acontece (detalhe!) a alguns metros da faixa de segurança. Ou seja: a pessoa não tenta o suicídio porque não existe alternativa por perto, pelo contrário: ela está ali, a apenas poucos passos de distância entre viver dentro da lei ou morrer fora dela.
POR QUE ISSO ACONTECE, MARIANA?
NÃO CONSIGO ENTENDER!!!
Nas duas últimas semanas, testemunhei dois atropelamentos. As duas vítimas tinham o mesmo perfil: duas senhoras de maior idade que decidiram atravessar em um cruzamento sem faixa de segurança nem sinaleira – sendo que, em ambos os casos, a faixa de segurança estava ao lado delas, embaixo de uma sinaleira. Ambas surpreenderam os motoristas saindo, de repente, de trás de uma árvore.
FOI UMA CENA HORRÍVEL
O susto foi grande mesmo, mas, por sorte, ficou apenas no terreno da queda no chão, de uns arranhões e do susto. Foi então que comecei a perceber a quantidade de idosos que atravessam fora da faixa. É impressionante. Segundo dados do Ministério da Saúde, os idosos são hoje as principais vítimas desse tipo de acidente de trânsito, respondendo por 36% dos casos de atropelamentos com morte. Ao menos um idoso morre atropelado todos os dias no país.
SABIAM DISSO?
EU NÃO SABIA
Claro que, nessa estatística, entram as atitudes criminosas de motoristas em alta velocidade e a falta de mobilidade urbana, além da imprudência de idosos que não respeitam a legislação do trânsito e atravessam no sinal vermelho ou fora a faixa de segurança. Somam-se a isso todas as alterações fisiológicas que chegam com o envelhecimento, como perdas da visão e da audição, dificuldade de locomoção, aumento do tempo de reação e queda na velocidade de julgamento. Ou seja, o idoso pode avaliar que o carro está longe e dá tempo para atravessar a rua, quando na verdade não dá.
NÃO DÁ!
NÃO SE GRITA COM OS MAIS VELHOS