A grife italiana Dolce & Gabbana lançou Abaya, uma coleção exclusiva para as mulheres muçulmanas. Trata-se de uma linha de hijabs (véus) e abayas (túnicas) criadas para ocasiões especiais e feitas com materiais nobres, como seda e cetim – algumas com estampas e detalhes em renda. Detalhe: por baixo, uma tela impede a exibição de partes do corpo feminino, como manda a religião.
ABAYA, A COLEÇÃO DA DOLCE & GABBANA PARA AS MUÇULMANAS
Porém, quando se trata da dupla ousada de estilistas, há de se esperar também peças mais sensuais, como as túnicas com transparências e saias mais curtas do que o habitual dentro dos preceitos muçulmanos. A coleção foi apresentada sempre acompanhada por saltos altíssimos, além de bolsas, joias e óculos de sol. A dupla italiana não deixou de contemplar a tendência que impera nesta temporada em suas criações – estampas de margaridas, limões e rosas vermelhas.
TÚNICAS E VÉUS COM AS ESTAMPAS DA TEMPORADA
PRETO E BRANCO ENTRE AS CORES MAIS USADAS NA COLEÇÃO
A coleção foi apresentada na edição digital da Vogue Arabia junto com a ideia dos estilistas de contemplar a cultura da moda italiana, porém adaptada para o mundo árabe. A polêmica não demorou. Stefano Gabbana, em sua conta no Instagram, foi logo acusado de desenhar roupas que simbolizam a opressão e de fazer uma ode ao luxo e à ostentação, algo que vai contra a filosofia do Islã. Outros simpáticos à iniciativa agradeceram a dupla de estilistas por se preocupar em investir na beleza das mulheres muçulmanas.
LINHA FEITA COM MATERIAIS NOBRES, COMO SEDA E CETIM
A marca italiana não é a primeira a tentar lucrar com o mercado milionário do Oriente Médio. A francesa Chanel e a americana Tommy Hilfiger também já criaram linhas específicas paras as mulheres muçulmanas. Armani, Prada e Calvin Klein há anos produzem linhas de lenços para cobrir a cabeça das mulheres. Valentino conta com um serviço personalizado para desenhar túnicas exclusivas.
A COLEÇÃO RAMADAN DE DONNA KARAN
O boom do mercado islâmico foi identificado pela Donna Karan em 2014, quando lançou a coleção Ramadan, com roupas que cumpriam com as normas recatadas de vestir exigidas pelo islamismo. A gigante H&M contratou Mariah Idrissi, a primeira modelo a vestir o véu islâmico e protagonizar uma campanha no Ocidente.
MARIAH IDRISSI PARA H&M
De origem marroquina e residente em Londres, a modelo de 23 anos foi a primeira modelo que usa hijab contratada pela gigante sueca para protagonizar seu catálogo de moda
Segundo a revista Forbes, as muçulmanas gastaram 266 milhões de euros em moda em 2013 (mais do que Japão e Itália juntos). Projeta-se que esta cifra vai duplicar em 2019.