Não conheço quem não abra um iogurte e não passe a língua na tampinha. Eu acho feio, acho falta de educação, fico até um pouco irritada, dependendo da maneira como a pessoa lambe a tampa. Mas…. confesso que também lambo a tampinha!
AINDA QUE JAMAIS NA FRENTE DE TODO MUNDO!
NÃO PRECISAVA ENTREGAR, BENTO!!
Deixa assim, Olivia. Não tem problema. O animal está a fim de colocar as férias dele em risco. Muito pior ele que fica pedindo para enfiar a fuça dentro do pote de iogurte quando eu ainda mal acabei de comer e sai pela casa com esses bigodes de comendador todo lambuzado.
Toquei nessa história de lamber a tampinha do iogurte porque, se depender dos japoneses, o prazer está com os dias contados. Explico: empresas japonesas desenvolveram uma tecnologia para evitar que o iogurte fique grudado no lacre. O material de alumínio não aderente foi inspirado nas folhas de lótus.
MUITO PRAZER, SOMOS FOLHAS DE LÓTUS!
A planta aquática retém apenas gotículas em sua superfície e serviram de fonte de estudo para materiais antiaderentes usados nas telas de smartphones, por exemplo. Olha a tampa do iogurte com a nova técnica desenvolvida pelos japoneses!
A empresa Toyo Aluminium estudou a estrutura da folha de lótus e descobriu que era necessário aumentar o ângulo da superfície de contato entre o iogurte e a tampinha da embalagem para que o líquido escorresse em vez de ficar preso, assim como ocorre com as gotas de chuva sobre a planta.
Eles descobriram que, na lótus, o ângulo de contato entre a folha e a borda da gota d’água é de cerca de 150 graus, o que impede a água de ficar retida. Os japoneses projetaram, então, uma tampinha de alumínio semelhante, cuja superfície tem ângulo de contato ainda maior que o da natureza, de 170 graus. A descoberta caiu no gosto de várias empresas de iogurte japonesas, que já adotaram o design.
ESSES JAPONESES NÃO TEM MAIS O QUE INVENTAR, MARIANA?
POR QUE NÃO DEIXAM AS PESSOAS SEREM FELIZES COM AS TAMPINHAS?
Há uma explicação que achei bem consistente e lógica nesses tempos de sustentabilidade em que vivemos. A companhia que inventou a chamada “tampinha estraga-prazeres” argumenta que, ao longo de um ano, a quantidade de iogurte grudado nas tampas é equivalente ao volume consumido na África, segundo reportagem do site Nikkei Asian Review.
ISSO QUER DIZER QUE OS JAPONESES NÃO LAMBEM AS TAMPINHAS?
Ao que tudo indica, não. Também ao que tudo indica, não vejo motivo para essa descoberta ser aplicada nas empresas nacionais, uma vez que está para nascer o brasileiro que deixa de esticar a língua para lamber a tampinha (ainda que escondido, como eu). Nessas horas, vai dizer que não dá vontade de voltar a ser criança?