Dei um suspiro agora há pouco. Um longo e profundo suspiro seguido pela frase “ando tão sem inspiração…”. Foi então que a Camis, nossa super gerente do site Donna, uma das criaturas mais engraçadas e sinceras que já conheci, virou-se para mim e falou:
– É cabeça cheia. Não tem como ser criativa assim.
Criatividade exige liberdade de horário, de movimento, ausência de estresse, de reuniões. Cabeça vazia. É impossível tentar exercer a criatividade em um ambiente corporativo. É por isso que cada vez mais empresas mobilizam-se para oferecer espaços de relax para seus funcionários. Ainda que eu ache uma bela iniciativa, não acredito que seja muito por aí. É melhor do que nada? Claro, muito melhor.
Mas eu, falando apenas de mim, não consigo ter de volta minha criatividade apenas saindo da redação e me deitando no pufe branco de couro ali na parte superior do restaurante, onde também estão instaladas mesas de jogos para desopilar. Há quem consiga.
COMO DESOPILAR ENTÃO, MARIANA?
Tenho muitas formas de desopilar e tentar resgatar minha criatividade. Meu melhor momento de produção de ideias é na parte da manhã. Sou um Dodge sem freios de ideias. Sou um poço de ideias quando consigo passear com o Bento sem precisar ficar respondendo a e-mails no celular – algo que me irrita profundamente e não contribui e nada para o meu processo criativo. Nesses momentos, uso o celular apenas para anotar minhas ideias – ideias de vida, de posts, de matérias, de viagens, de estilo, de tudo.
SOU A FONTE DE INSPIRAÇÃO DELA
Quando estou na praia também exerço bastante minha criatividade. Não sob o sol escaldante, porque odeio praia neste horário. Falo de caminhadas na praia de manhã cedinho ou ao entardecer. Outro momento que curto muito ficar pensando em novas coisas e oportunidades é quando chego em casa à noite, sento na varanda com meu cálice de vinho e fico ali, admirando minhas plantinhas e o horizonte. Viajar é outro oásis para a criatividade. Acho que para todo mundo, né?
Como estou colada no computador sem poder fazer nada disso neste momento, obviamente estou sem nenhuma ideia. A única coisa que me ocorreu foi lembrar o que pensei ontem à noite, enquanto jantava uma salada supimpa que fiz pra mim: chicória, rúcula, tomate, FOLHAS DE MANJERICÃO (que colhi da horta, lavei, sequei e guardei na geladeira), cenoura e beterraba raladas e arroz negro.
Ando fissurada em ARROZ NEGRO, mas já falei demais sobre isso e não vou me repetir. Apenas quero dizer uma última coisinha antes de contar o que eu ia contar antes de começar a falar de comida: pedi para a Rosa fazer um arroz negro com linguicinha para o jantar de hoje. Já estou me babando.
Mas o que eu ia contar é que ontem, enquanto jantava minha super salada e assistia à novela (sim, também já cansei de repetir que eu janto assistindo à TV), tive um clique! Sabia que eu acho que a Cristina (personagem da Leandra Leal) vai acabar como mulher do comendador? Não li nada a respeito, não leio resumos de novelas e também não quero que me contem se estou certa ou não. Mas fato é que estou com palpite de que ela não é filha dele, acho os dois muito parecidos de temperamento e acho que vão acabar juntos.
A Ísis vai acabar com o filho do comendador, um daqueles Josés ou Joãos que eu nunca sei como se chamam. E a louquinha de cabelo vermelho que está grávida dele? Olha, acho que deve morrer no parto pra deixar o herdeiro livre para a Isis. Se eu fosse o Aguinaldo Silva era bem isso que escreveria.
Tu o quê, menino?
TU NÃO VAI LIGAR PRO ALEXANDRE NERO?
Eu tinha certeza que a cobrança viria. Quando toquei no assunto novela, logo pensei: “Quer ver que o animal vai vir com aquela ladainha de se achar a A CARA DO COMENDADOR e achar que tem direito a uma participação especial na novela?”. Nós podemos fazer um trato. Eu ligo para o Alexandre Nero. Mas tenho uma exigência em troca, caso ele aceite te receber no Projac.
Já sabe? Qual é, então?