Gigante da moda feminina, a Inditex, empresa que detém a Zara (cujo dono, o espanhol Amancio Ortega acaba de passar Bill Gates e tornar-se o homem mais rico do mundo), começou a testar em sua loja em San Sebastián, na Espanha, uma ideia revolucionária até então: instalou tablets nos provadores para que as clientes possam trocar o tamanho de alguma peça que não tenha ficado muito bem sem precisar sair e voltar para a cabine. A facilidade oferecida pela tecnologia não se resume a trocas de números. Também dá para escolher alguma outra peça que, por algum acaso, não se tenha levado para o provador e gerado algum tipo de arrependimento (normal acontecer….)
ZARA DE SAN SEBASTIÁN, A MAIOR E MAIS MOVIMENTADA LOJA DA REDE
A Zara escolheu a loja de San Sebastián para fazer esse teste porque trata-se de uma das maiores lojas da rede na Espanha e no mundo – e com mais movimento. A ideia é replicar para as outras lojas do país e depois para as 2055 filiais em todos os continentes.
O sistema funciona da seguinte maneira: no momento em que a cliente entra no provador, a funcionária escaneia todas as peças escolhidas por ela, cujas imagens são jogadas diretamente para o tablet situado dentro da cabine. O aparelho já se encarrega de fazer simulações de combinações das peças escolhidas com outras da loja a fim de facilitar a vida da cliente, caso ela queira ideias de looks. Por meio dele, ela também pode pedir a troca de peças e numeração, que ficará a cargo da vendedora buscar e entregar em mãos dentro da cabine.
TABLET NO PROVADOR: A IDEIA É FACILITAR A VIDA DA CLIENTE.
MAS E A FILA? SERÁ QUE VAI ANDAR?
Assim que a notícia foi publicada na Espanha, clientes começaram a questionar o tempo de espera nas filas dos provadores – algo típico da Zara e de grandes redes de magazines. “Se já é um pouco doloso para quem está esperando do lado de fora, imagina agora que a pessoa tem a chance de ficar lá dentro escolhendo a loja inteira a seu bel prazer?”, questionaram algumas clientes. “É uma ótima ideia, assim como seria uma ótima ideia aumentar o número de provadores”, sugeriram outras.
Será que vai funcionar?
E se funcionar, será que dará certo quando chegar por aqui?
Eu gostava da Zara até assistir o documentário “The True Cost” (está no Netflix) e repensar a minha relaçāo com as roupas e o consumo. O modelo das redes de fast-fashion é insustentável em diversos pontos da cadeia e sacrifica muito (pessoas, animais, o meio ambiente) para conseguir chegar até os cabides. Nao me sinto mais confortável colocando dinheiro no bolso do homem mais rico do mundo.