Eu sei que não é um dos assuntos mais palatáveis se você, caro leitor ou leitora, estiver neste momento, como diz meu amigo David Coimbra, “sorvendo” um cálice de vinho tinto na hora do almoço ou mesmo passando requeijão light na sua torrada com peito de peru durante o café da manhã. Mas eu preciso colocar este assunto em debate, uma vez que ele é parte integrante da minha rotina.
O QUE FAZER COM O COCÔ DO ANIMAL?
Não posso reclamar do Bento. Ele não faz nenhuma sujeira dentro de casa. Nunca fez. Ao contrário de umas e outras e por aí.
Os bolsos dos meus casacos estão sempre cheios de saquinhos para recolher os dejetos do animal pela rua durante os passeios. Sempre foi uma prática minha, mesmo antes do novo Código Municipal de Limpeza Urbana, que entrou em vigor em abril em Porto Alegre e que prevê multa de R$ 263,82 para quem não recolher o cocô na calçada.
Dia desses, caminhava com umas amigas e com o animal à tiracolo, quando ele foi até um canteiro e fez o cocô. Imediatamente, saquei o saquinho plástico do bolso e me embrenhei no meio da grama para recolher. Ao que uma delas questionou:
– Por que tu vai recolher o cocô, Mariana?
– Ora, por quê? Porque é lei! Se não recolher, sou multada. Além do mais, estou sujando a cidade e colaborando com a proliferação de bactérias deixando o cocô no chão.
– Mas o cocô não está na calçada, está na grama e logo vai virar adubo – uma delas rebateu.
– E tem mais – disse a outra: – Ao usar este saco plástico para recolher, tu está comprometendo muito mais o meio ambiente, porque vai colocar o cocô no saco, vai depositar o saco no lixo e ele vai demorar anos para se decompor.
MEU COCÔ VIROU DEBATE NO MEIO DA RUA
POR ISSO QUE EU FAÇO COCÔ DENTRO DE CASA
Vamos combinar que os lixos dos parques e das ruas são mesmo nojentos de tantos saquinhos com cocôs de cachorro. Em Toronto, no Canadá, descobriram que 23 a 27% do lixo nos parques é de cachorros. Por lá, disseminaram a ideia de que a atitude mais ecológica é levar para casa, jogar no vaso e dar descarga (sem a sacolinha) para que seja tratado junto com os dejetos humanos.
ERA SÓ O QUE ME FALTAVA GUARDAR COCÔ NO BOLSO
POR QUE TU NÃO USA JORNAL, MARIANA?
Porque ao contrário do que tu e muita gente pensa, sujar jornal com dejetos orgânicos impossibilita sua reciclagem.
A solução mais apropriada seria eu sair por aí com uma pá a recolher as fezes do Bento. Então eu voltaria para casa com essa pá cheia de fezes e depositaria direto na privada – e elas seriam encaminhadas para tratamento de esgoto junto com as fezes humanas.
O PROBLEMA É CHEGAR ATÉ EM CASA
Recentemente, a Ludmila, fã do Bento, leitora da coluna e do blog e proprietária do Grupo LZ, empresa que fabrica esses dispensadores espalhados pela cidade com saquinhos à disposição, perguntou se poderia usar uma foto do animal em pontos ainda não comercializados.
– Claro que sim! Será uma honra! – respondi.
AQUI ESTÁ O ANIMAL NAS RUAS DO MOINHOS DE VENTO
Perguntei para a Ludmila sobre os saquinhos dos dispensadores. Ela respondeu: “Os nossos saquinhos são mais ‘politicamente corretos’ do que as sacolas plásticas dos supermercados, mas não são o mais ideal. O ideal seriam saquinhos biodegradáveis. Já orçamos, mas isso tornaria o projeto inviável em função do altíssimo custo dessa tecnologia. Nossos saquinhos são feitos de matéria prima reciclada e o plástico utilizado é de baixíssima qualidade. Se decompõem mais rápido que sacolas plásticas de supermercado, porém não se decompõem tão rapidamente quanto plástico biodegradável. Fica realmente complicado implantar outro modelo de material e equipamento que o custo seja administrável e o equipamento seja seguro contra vandalismo do material, roubo etc.”
FALA DOS MODELOS QUE INSPIRARAM A LUDMILA, MARIANA!
Esse modelo de dispensador de saquinhos de Porto Alegre, foi inspirado no modelo que a Prefeitura da cidade de Lisboa utiliza. Fora Lisboa, diversas cidades da França e Estados Unidos também utilizam o mesmo modelo com saquinhos semelhantes. Lá também o descarte do saquinho é feito no lixo orgânico e o destino são aterros sanitários ou incineradoras de lixo.
Impressionante a humildade do animal…. logo será xerife internacional, já que até distintivo já tem.
MARIANA
fiquei muito feliz por você abordar esse assunto pois no bairro Menino Deus – principalmente em dias quentes – o cheiro da rua é insuportável. Até pesquisei um saquinho “ecológico” para sugerir ao pessoal do condomínio. Aí vai a dica para quem quiser: http://www.katakaka.com.br. Ab. para o Bento e pra vc.
Ai Mariana! Não me diz que jornal não pode ser reciclado se for usado para juntar o cocô! Eu usava (e na verdade usei até hoje pela manhã bem cedo) pra juntar o cocô do meu cão amado, achando que estava super contribuindo com o meio ambiente! Aff! E agora???? Vou ter que comprar uma pá!
Na vdd, Mariana, como os saquinhos biodegradáveis são caros, acho que tem que achar a solução menos pior.
Carregar o cocô numa pazinha até em casa, que pode ser um longo caminho, eu descarto de cara… Daí, entre jogar fora num saquinho plástico que demora eras pra se acabar e deixar de reciclar uma página de jornal, prefiro a segunda opção. Me dou trabalho de recortar as folhas…
Mas se não fossem tão caros os saquinhos biodegradáveis, compraria.
Bjo pra ti e uma cosquinha na barriga do Bento e da linda Olívia
Mari, deixa o Cocô na grama , como tuas amigas disseram, também não dá. Não é nada agradável pisar em cocô. Dá vontade de chamar a atenção de alguns “pais” que não recolhem as fezes do seu animalzinho.
Mari, confesso que apesar de realmente achar o valor um tanto quanto “salgado”, o meu Bento passeia com seus saquinhos biodegradáveis preso a guia, para não ter perigo de esquecer e pra que eu possa dar uma pequena contribuição pro planeta, já que peco em tantas outras coisas.
Acho que é uma “investimento” que vale a pena 😉
Beijo
Oi, Mariana!
Enquanto a questão não se resolve e pra não andar com os bolsos cheios de saquinhos, que tal isso: http://www.muma.com.br/porta-sacos-barrel-vermelho.html
Abraço
Oi Mariana, adoro ler tua coluna. Tive um cachorrinho, o qual eu era apaixonada. O nome dele era Xodó. Viveu 15 anos, e ainda lembro muito dele. Espero todos os sábados a chegada do jornal, para poder ler tuas histórias com o Bento. Quanto a questão das fezes, acho que eu fazia o recolhimento de um jeito ecológico: levava sempre um saquinho e um pedaço de papel higiênico. Recolhia com o papel e colocava no saquinho. chegando em casa despejava o papel com o cocô no vaso e reutilizava o saquinho várias vezes. Considere-se abraçada!
Nossa, Ana Cláudia! Que lição de cidadania! Amei! Bjo grande. MK
…queria ter mais vizinhos como a Ana Cláudia Paim Costa.